Introdução
O cisto de colédoco não é uma doença muito frequente. A incidência aproximada é de um caso para cada 100.000 pessoas. Apesar disso, trata-se de doença importante devido aos riscos e manifestações clínicas. O colédoco é o canal que drena as secreções do fígado, especialmente a bile, para o fígado. Dessa forma, a bile entra em contato com os nutrientes ingeridos e auxilia o intestino na sua absorção. Na verdade, o colédoco é somente parte dos canais biliares. Atualmente, o termo cisto de colédoco tem sido substituído por cisto biliar. Logo, a doença pode acometer não somente o colédoco, mas todo o sistema biliar. Em resumo, um cisto de colédoco, ou cisto biliar, corresponde à dilatação dessa estrutura.
Riscos do cisto de colédoco
A dilatação do colédoco promove a estase da bile no seu interior. Logo, o contato prolongado da bile com o órgão promove a formação de cálculos (pedras) e também a irritação crônica do epitélio de revestimento. Dessa forma, ocorre risco de evolução para um colangiocarcinoma, ou seja, um câncer do sistema biliar.
Sintomas do cisto de colédoco
A tríade clássica é a dor abdominal, a icterícia e a palpação de uma massa no abdômen. Além disso, náuseas, vômitos, prurido (coceira) e perda de peso. No entanto, algumas pessoas podem não apresentar sintomas. Dessa forma, o cisto pode ser diagnosticado incidentalmente, durante um exame de imagem por outro motivo.
Tratamento
Na grande maioria dos casos, o tratamento é cirúrgico. Em primeiro lugar, resseca-se o cisto. Na sequência, faz-se a reconstrução da drenagem da bile proveniente do fígado para o interior de uma alça intestinal. Essa reconstrução chama-se hepaticojejunostomia em Y de Roux. Trata-se de uma cirurgia de grande porte, realizada pela via aberta ou, preferencialmente, pela via laparoscópica. Nesse último caso, o auxílio da robótica melhora a precisão do procedimento. Alguns casos selecionados, mais raros, o tratamento é endoscópico.